segunda-feira, 6 de julho de 2015

Sobre a minha missão.

Gostaria de iniciar este texto pedindo que ouçam com o coração aberto, a profundidade da letra desta música.






Quando escuto esta letra, penso em como a vida é curta, como deixamos tanto de nosso precioso tempo se esvair envolvidos em atividades que não nos completam, em obras que não acreditamos e, principalmente, construindo uma sociedade que não nos dá o retorno esperado. Desde jovem tenho buscado respostas ao sentido da vida. E foi fácil perceber que este sentido passa pelo sentimento de grupo, de pertencimento a uma sociedade, como um pai (no latim “pátrio”) que nos une, acolhe e protege. Há necessidades humanas que só podem ser supridas pelo grupo, pelo sentimento de tribo que carregamos em nosso inconsciente primitivo. Não há como pensar em “felicidade plena” sem que tenhamos nossa tribo. A psicologia, sociologia e antropologia já identificaram isto como sendo de uma influência tão profunda que cada vez mais estas ciências se fundem num estudo deste fenômeno, hoje chamado de Metacontingência. Resumindo, a conclusão é que: se queremos mudar nossas vidas, temos de nos cercar de pessoas que queiram o mesmo ou estaremos fadados ao fracasso! Andorinha sozinha não faz verão!!!
A explicação é que nossos inconscientes evoluíram e se moldaram para viver em grupos pequenos com média de 40 indivíduos, grupos com autossuficiência e independência que se reuniam a outros grupos semelhantes apenas em momentos de conveniência, mantendo assim sua liberdade e autossuficiência (Algo como o que as cidades Suíças preservam até hoje). Desta forma, podiam funcionar como células reunidas e dar conta de necessidades maiores. Estes estudos aliados aos fatos históricos, nos deixa claro de que existe um número ideal... Que uma sociedade requer um planejamento, um número adequado de indivíduos, como uma colmeia, uma tribo indígena. Claro que estes números variam conforme variáveis de ambiente e tempo. Mas isto nos revela que existe uma forma correta de viver. E que esta forma vai além de aspectos culturais, ou de crenças individuais. Existe a forma correta de um ser humano viver, assim como existe a forma correta de um leão, elefante, golfinho, formiga, ... e isto está escrito em nossos genes, faz parte de nossa natureza. Assim como a tartaruguinha que sai do ovo na beira da praia e já sabe o que deve fazer, desenterrar-se e correr para o mar. Sabe seguir os impulsos de sua natureza. Impulsos tão fortes que mesmo depois de adulta e ter navegado por longínquos mares, retorna para desovar na praia onde nasceu. Quanta beleza e sabedoria há nestas leis da natureza que nós, seres vivos, carregamos! Se existe uma felicidade plena, um nirvana, um paraíso sobre a terra... Sei que ele está escrito neste plano da natureza, escrito em nossos genes! Acho que só precisamos repensar, olhar além das amarras de nossa cultura e tentar ouvir o nosso lado primitivo. Recentemente consegui uma cópia de um documentário canadense da década de 60. Ele mostra a vida e cotidiano dos Netsilik (uma tribo de esquimós - até aquele momento pouco conhecida e isolada no extremo norte do Ártico). É impressionante como temos uma idéia errada sobre a qualidade de vida destes povos primitivos. Nestas filmagens eles constroem amplos iglus em poucas horas, fazendo o nosso sonho da casa própria parecer tão fácil! Se divertem construindo trenos e caiaques com uma precisão e engenhosidade que envergonharia grandes engenheiros. Riem constantemente e se divertem com a mesma facilidade com que pescam e caçam. Suas habilidades em fazervroupas de pele engenhosas (e sob medida) contrasta com a simplicidade com que comem peixe cru. Muito cedo as crianças participam das atividades adultas e assumindo responsabilidades e tarefas. As semelhanças com a cultura de outros índios, como os da Amazônia, parecem mais uma vez revelar que existem padrões, idades adequadas e formas de comportamento que são filogenéticas (que são próprias da espécie) que estão gravadas nos genes por decorrência de milhares de anos de evolução. Acredito que mesmo envoltas por uma educação voltada a autossuficiência, para estas crianças, em nenhum momento lhes é tirada o lado bom da infância. Na verdade, imagino que neste estilo de vida, mesmo os adultos preservam este lado criança por toda vida... O trabalho está envolto e unido a ideia de diversão.

Portanto, nossa forma natural de ser, agir e existir está sendo oprimida pela nossa cultura moderna. Não digo que tenhamos de voltar a viver como índios, mas precisamos caminhar nesta direção e encontrar um ponto de equilíbrio no meio desta jornada. Precisamos disto como uma religião (do latim religiare= religar-se) nos religarmos novamente ao nosso projeto natural. Isto passa por reaprendermos a sermos autossuficientes como indivíduos. Autossuficientes não decorrente de dinheiro ou pelo poder aquisitivo. Mas pelo conhecimento das habilidades de viver da natureza e, com a natureza!  De sermos capazes de sobreviver como indivíduos. Algo como o “Be Prepared” dos escoteiros... É fácil perceber como esta sede de domínio da autossuficiência está presente no nosso inconsciente, principalmente dos mais sensíveis. Cada vez mais crescem os programas de TV e sites sobre técnicas de sobrevivência, vida simples, vivendo longe do caos da vida moderna. Uma parcela da humanidade já percebeu que a felicidade não está no dinheiro, nem nos sonhos de consumo... porém, muitos creem em ideais de segurança. Numa cultura do “medo” medo da morte e medo da dor... supervalorizam a “segurança” num medo capaz de tirar a coragem para a vida. Tornando-os apáticos expectadores à espera da morte. A grande verdade é que a nossa vida está passando, estamos envelhecendo e morrendo a cada dia, e em menos de 100 anos estaremos mortos. Olhe para a janela ou ande pelas ruas e pense... daqui a 200 anos todas aquelas pessoas que você vê estarão mortas... todas as pessoas que você conhece e que respiram neste planeta, estarão mortas. Mas, toda uma nova humanidade estará andando sobre a terra. Temos que perder esta cultura do medo e usar nosso tempo e energia para algo que valha a pena. Não temos de temer a morte, mas a vida sem propósito!!! A morte já está vindo, não duvide disto! Seja sábio para compreendê-la como algo bom!!! Foi graças a morte (este eterno ciclo de transformação) que você pode nascer e crescer. Perca o medo dela e faça algo que valha ser lembrado, algo que você e as próximas gerações possam se orgulhar. De o melhor propósito possível para a sua vida!!! Temos de ter a coragem para de repensar nossos valores e a nossa cultura. De buscar a união para fazer as mudanças necessárias e construir as tribos capazes de nos tirar desta vida de sobrevivência! Temos de olhar para o passado e reaprender a viver!

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