quinta-feira, 18 de junho de 2015

Pensadores que influenciaram Baden Powell

O uso de jogos – O que nos dizem os educadores
Vania D´Angelo Dohme
 
1 -        Introdução
 
Devido aos crescentes desafios causados por fatores como: o aumento desenfreado da população, o crescimento vertiginoso da tecnologia e o surgimento de alianças e parcerias mundiais é cada vez mais crescente a preocupação com a educação das crianças que farão este novo século. Como iremos formar este cidadão do terceiro milênio? Assim surgem à tona aspectos da educação relacionada com a participação ativa do aluno, o incentivo na interação entre alunos, o trabalho em grupo mediante o exercício da cooperação, o rompimento da obrigatoriedade da obtenção do conhecimento de forma linear e a motivação para a investigação e a pesquisa através do acesso direto aos dados.
 
Nesta situação altera-se a posição do professor, este, de fonte de emanação do conhecimento, passa a ser mais um mediador entre o aluno e o objeto de ensino, criando oportunidades e meios para que o aprendizado ocorra segundo estes preceitos.
 
Neste panorama o jogo aparece como um instrumento absolutamente coerente, capaz de ser um meio para aplicação destes sistemas apregoados pelos grandes mestres da pedagogia moderna.
 
Por jogo entendemos a adoção de atividades lúdicas, do agrado da criança, que pertençam ao seu mundo. Onde a criança não é mera espectadora, mas sim o ator principal das “brincadeiras”: jogos e fantasias que as levem a vivenciar, induzir, entender e finalmente absorver conceitos que excedam o plano cognitivo e explorem o convívio social, a auto-estima, a absorção de valores, enfim, preparem o homem do novo milênio a ser um cidadão participante e ativo em suas comunidades.
 
O que me leva a este raciocínio é um trabalho desenvolvido por pouco mais de trinta anos com uma metodologia que visa o cidadão, incentivando o seu próprio desenvolvimento físico, afetivo, social, intelectual, afetivo e, especialmente do caráter, através de atividades atraentes e progressivas. Esta metodologia é a base do Movimento Escoteiro.
 
Este sistema de educação não formal iniciado a 90 anos na Inglaterra teve absoluto pioneirismo na sua concepção. Não fosse isso, não teria se alastrado por todo o mundo em apenas um ano de sua existência, persistindo por todos estes anos e estando hoje presente em cento e sessenta e nove países com um contingente de cerca de dez milhões de jovens.
 
A característica visionária de Baden Powell, seu fundador, fez com que fossem colocados em prática elementos de aprendizagem plantados por educadores famosos como Rousseau, Pestalozzi, que influenciaram educadores seus contemporâneos como Montessori, Piaget e Freinet.
 
A literatura aponta que Baden Powell estudou vários autores e metodologias educacionais para delinear seu exitoso método, dentre eles são citados Pestalozzi[1], Montessori e Freinet [2].
 
De fato para os conhecedores de ambas as obras há grandes semelhanças nos conceitos de Pestalozzi e as bases do Escotismo.
 
Baden Powell não chegou a escrever uma metodologia, preocupou-se mais em escrever diretamente aos meninos, para que eles pudessem viver Escotismo. Para os adultos foi escrevendo livros e artigos a medida em que necessitava prover seus seguidores de informações, desta forma é necessário reunir estes fragmentos para poder ter uma visão global de suas idéias.
 
Deste legado tem importância o Guia do Chefe Escoteiro, onde Baden Powell delineia seu método aos adultos que dirigem escoteiros, o parágrafo abaixo transcrito, é uma forma de demonstrar como seu autor entende o desenvolvimento do homem tal como Pestalozzi entendia: de forma integral através de um tríplice aspecto: moral, intelectual e físico.[3]
 
Para exercitar a cidadania ativa e realizar o seu objetivo, nosso esquema abrange quatro partes, abaixo mencionadas (Caráter, Saúde e vigor, Habilidade Manual e destreza, Serviço ao próximo) as quais são essenciais na formação de bons cidadãos. E, note-se, que elas não são por nós aplicadas ou “injetadas” sob forma de conselhos, aulas ou lições. Muito ao contrário, tais idéias, sentimentos e qualidades, devem desabrochar de dentro para fora e crescer como uma planta devidamente cultivada.[4]
 
No final do trecho sentimos fortemente a identidade de pensamento com Pestalozzi, não só pela supremacia da prática sobre o discurso mas, também, pelo costume de fazer analogias com a natureza.
 
Encontramos nos escritos de Pestalozzi sobre suas experiências em Stans:
 
Assim foi, eu despertava os sentimentos das virtudes antes que se fizesse discursos sobre elas, pois considerava prejudicial tratar alguma coisa com crianças enquanto elas não soubessem do que falavam. Além disso, ligava esse sentimentos a exercícios de auto-domínio, para lhes dar imediata aplicação na conduta da vida.[5]
 
E esta conduta de fazer despertar bons sentimentos também é encontrada no trecho do fundador do Movimento Escoteiro abaixo sobre o exercício da atividade positiva:
 
O método próprio do Movimento (Escoteiro) consiste em proporcionar-lhe os meios de exercer a atividade positiva, em vez de, simplesmente, recitar-lhe preceitos restritivos; e isto porque o jovem está sempre mais disposto a agir do que a pensar.[6]
 
Em “carta de Stans”, escrita a um amigo sobre a sua permanência neste instituto, Pestalozzi relata sua teoria e experiências de forma a demonstrar a possibilidade de ter inspirado o fundador do Movimento Escoteiro em alguns aspectos, em relação à disciplina, por exemplo, entendida como o comprometimento com o dever e com a vida social, como um processo que se inicia individualmente através do estímulo da educação.
 
Necessariamente devia primeiro verificar o seu íntimo, despertando um estado de alma moral e positivo, para fazê-las depois ativas, atentas, dispostos e obedientes na atitude exterior.[7]
 
Esta atitude acrescida a um espírito de renúncia em benefício dos demais é demonstrada de forma prática no relato do incêndio da cidade de Altdorf. Nele Pestalozzi relata como seu método de ensino gerou atitudes que puderam ser exemplificadas através do incidente do incêndio de Altdorf. Nesta carta Pestalozzi relata a reação de seus meninos quando sugeriu-lhes que poderiam abrigar cerca de vinte em seu pobre estabelecimento:
 
Não digam, portanto, querer estas crianças se não estiverem dispostos a enfrentar tudo isso de boa vontade, em nome das necessidades delas. Falei-o com toda a força que me era possível, deixei-as mesmo repetir minhas palavras, para me certificar de que haviam entendido claramente aonde as conduzia sua oferta. Mas elas persistiam e repetiam: “Sim, sim, mesmo se tivermos de comer pior, trabalhar mais e dividir nossas roupas, ficaremos contentes se elas vierem".
 
Em relação à importância dada ao estudo da natureza para a educação do caráter:
 
 Há verdadeiras lições de crença e fé na observação da natureza; na vida dos pássaros, por exemplo, a formação de cada pena, igualzinha à de outra da mesma espécie que vive a milhares de quilômetros de distância, a migração periódica, a construção de ninhos, a coloração dos ovos, o crescimento dos filhotes, seu nascimento sob os cuidados maternos, sua alimentação, a arte de voar, etc., etc., tudo, enfim, realizado sem o auxílio humano, mas unicamente pelas leis do Criador; estas são as melhores prédicas e sermões para os jovens.[8]
 
Trecho extremamente semelhante quanto ao objetivo, quando Pestalozzi em Como Gertrudes ensina seu filho, orienta a mãe a ensinar seu filho a observar detalhadamente uma árvore para disso tirar exemplo da divindade:
 
Mãe, se no calor do verão estás com teu filho à sua sombra, dize-la que é ela que te dá sombra, e sob a chuva procuras proteção embaixo dela, dize-lhe que ela detém um pouco as gotas que caem e oferece assim proteção da chuva, ensina-lhe a pronunciar a frase: ‘estar sob a sombra da árvore’ exatamente no instante em que ele está mesmo sob essa proteção, ensina-lhe a pronunciar que a pêra é gostosa, suculenta, farinhosa, doce, etc. no momento e que ele está comendo; põe-lhe na alma o pensamento de que os frutos das árvores reconfortam o homem no momento em que ele realmente estiver sendo reconfortado por eles.[9]
 
Ambos apresentam a mesma forma pietista de ver a religião, isto é a forma mais simples em oposição às formas institucionais das igrejas. A religião estaria longe das complicações de moral cristã, mas firmemente calcada em cada ser, traduzida pelo respeito a si mesmo, ao próximo e ao mundo.
 
O menino aprende, conhece, nomeia, quer saber mais coisas ainda, quer conhecer outras palavras, assim incita a sua mãe a aprender com ele. Ela aprende com ele e ambos crescem cada dia em luzes, forças e amor. Ensaia com ele elementos fundamentais da arte, as linhas curvas. Seu filho não tarda a sobrepuja-la, a alegria de ambos é a mesma; novas faculdades se desenvolvem em seu espírito: o menino desenha, mede, calcula. Sua mãe lhe mostra Deus no espetáculo do mundo; lhe mostra Deus em seu desenho, em suas medidas, em seu cálculo, lhe mostra Deus em cada uma de suas faculdades. Vê a Deus em seu próprio aperfeiçoamento, a lei da perfeição é a lei de sua conduta, a reconhece no primeiro desenho perfeito que traçou, em uma linha reta, em uma linha curva. Sim, amigo, a primeira vez que ele pronunciou perfeitamente uma palavra, principiou a germinar em seu peito a lei: “Sede perfeito como é perfeito o vosso Pai que esta nos céus” E como o meu método repousa constantemente na aspiração da perfeição em cada detalhe, continue vigorosamente e de maneira vasta a imprimir profundamente desde o berço, no coração o espírito dessa lei..[10]
 
E, Baden Powell:
 
Na verdade a forma natural da religião é tão simples que um menino pode entender, um rapaz pode entender, um escoteiro pode entender. Vem do interior, da consciência, da observação, do amor, e permeia todas as ações do rapaz. Não é uma formalidade ou um hábito dogmático endossado por atividades externas, aos domingos. É uma verdadeira e própria parte do seu caráter, uma manifestação da sua alma, e não um revestimento externo que pode ser retirado.[11]
 
Outra característica é a de que ambos, Baden Powell e Pestalozzi, não tinham formação acadêmica e adquiriram conhecimentos através de leitura de livros, aperfeiçoando a sua metodologia através da experiência adquirida na prática, o que fez com que elas se aproximassem cada vez mais das características das crianças. [12]
 
Neste trecho retirado de uma coletânea italiana de artigos que reúne principalmente matérias publicadas no jornal: Headquarter Gazette, que era um veículo de comunicação próprio do Movimento Escoteiro, Baden Powell testemunha ter interlocução com educadores contemporâneos, falando sobre Maria Montessori e a identidade de ambos em relação ao jogo:
 
O instinto natural do menino é de fazer despontar a própria personalidade por meio de um exercício que chamamos jogo. Ele tem um desejo de realizar-se: quer fazer coisas e superar dificuldades para se sentir diferente.
 
Montessori demonstrou que encorajando os meninos nos seus desejos naturais, ao invés de instruí-lo naquilo que o adulto pensa que ele deveria fazer, se pode educar sobre uma base mais sólida e mais ampla. É só por tradição que se compreende a educação por meio da fadiga e que enquanto tal seria para o menino um bom adestramento à disciplina e a aplicação.[13]
 
E o método de Baden Powell também não teria passado indiferente a Maria Montessori que o cita em sua obra A Criança[14]
 
Pensa-se nas crianças quando se edificam teatros; para ela publicam-se livros e revistas, organizam-se viagens, fabricam-se móveis de dimensões adequadas. Desenvolvendo-se, enfim, uma organização consciente de classes, procurou-se organizar as crianças, incutindo-lhes a noção de disciplina social e dignidade que resulta em favor do indivíduo, com ocorre nas organizações do gênero dos escoteiros e das “repúblicas infantis”.
 
Huizinga um dos principais filósofos do jogo em Homo Ludens atesta os objetivos do Escotismo além da imagem de uma educação voltada exclusivamente para o campismo e a cidadania.
 
Um caso diferente foi o da grande inovação do falecido Lord Baden Powell, cuja finalidade era dar utilização benfazeja ao poder social do espírito infantil organizado, Não se trata de puerilismo, pois assenta em uma profunda compreensão dos hábitos e inclinações das crianças, da qual deriva a organização em estilo lúdico do movimento escotista. Temos aqui mais um dos exemplos mais expressivos de um jogo que se aproxima tanto da ludicidade criadora de cultura da época arcaica quanto é possível em nossa época.[15]
 
O que teria marcado esta imagem muito associada à natureza e à cidadania possivelmente tenha sido a precocidade e a informalidade com que o fundador do Movimento Escoteiro colocou em prática estas idéias educacionais, porque tendo captado o cerne da proposta a colocou em prática através de atividades simples e usando elementos apreciados pelos jovens: jogos, aventura e camaradagem e usando elementos desafiadores para a época: observação da natureza, sobrevivência através dos meios naturais. Esta mesma precocidade talvez tenha colaborado com o não aproveitamento do seu potencial nos dias de hoje, uma vez que elementos inovadores e criativos ficam um pouco abafados perante tradições e costumes característicos da época em que foram concebidos e acabam por fazer parte do seu contexto dando uma aparência, para quem os observa apenas superficialmente, um pouco velha e “rançosa”.
 
Neste panorama o conteúdo educacional fica pouco visível à sociedade em geral e, às vezes, até pouco percebido e explorado pelos próprios integrantes. O Escotismo consegue desenvolver os jovens nas diversas capacidades: físicas, sociais, afetivas, espirituais, artísticas e éticas. Esta facilidade está muito ligada a uma metodologia que se utiliza elementos como o “aprender fazendo”, vida em equipe, valorização de um código de ética próprio e de atividades progressivas, atraentes e variadas.
 
Levar ao desenvolvimento esta ampla gama de capacidades em meninos e meninas de 7 a 11 anos através de atividades lúdicas é um grande desafio. Esta tarefa mais do que criatividade necessita de um sólido conhecimento dos objetivos educacionais e das diversas manifestações do lúdico.
 
Um sentido mais amplo compreende o jogo como toda a atividade prazerosa, descomprometida com a realidade, com objetivos característicos e próprios que são atingidos e se encerram com ela.
 
Em sua obra: Como Gertrudes ensina seu filhos, Pestalozzi mostra o traço mais característico das idéias: o amor, que se traduz pelo respeito, atenção e exemplo pessoal o que também procurará implantar no coração de seus alunos. O cerne de sua metodologia é a educação pela ação, reflexão e pelo exercício, estimulando a iniciativa, a criatividade e o trabalho em conjunto, em outras palavras uma educação voltada para a autonomia, tal como preconizou Rousseau.
 
O que deve ficar bem claro é que Pestalozzi foi o primeiro pedagogo que pensou em fundamentar e realizar a verdadeira cultura do povo. Seus métodos de ensinar podem ser discutidos e superados, porém, não a sua intenção. Sua carência de espírito econômico e de habilidade administrativa podem ser discutidas, mas não se pode duvidar de seus ideais humanitários. O que não se pode negar é a sua extraordinária realização em favor das crianças e sua importante contribuição em fundamentar os ideais helvéticos.[16]
 
As idéias de Pestalozzi se difundiram por todo o mundo e algumas instituições se dedicaram de forma quase exclusiva a propagar os seus pensamentos. Dentre seus seguidores destaca-se Froebel.
 
Nascido em 1782, na Alemanha iniciou sua carreira de professor em uma escola modelo seguidora do sistema pestalozziano. Encantou-se tanto com sua missão que em 1805 empreendeu uma viagem a pé ao Instituto Iverdon a fim de encontrar-se com Pestalozzi, permaneceu lá por quinze dias que marcaram indelevelmente a sua vida. Retornou a Iverdon, em 1808, onde permaneceu por três anos.
 
Estas experiências serviram de base para a elaboração de suas próprias idéias aplicadas à primeira infância, uma vez que concluiu que a metodologia de Pestalozzi adequava-se somente a meninos maiores de 8 anos.
 
Uma atividade educacional ao longo de 4 décadas levou-o a elaborar sua própria metodologia que se identificou pela criação da expressão Kindergarten (Jardim da infância) que exprime como a escola para crianças pequenas deveria ser: alegre, ampla, iluminada, onde a criança se desenvolvia como uma pequena planta.
 
Em 1826 publica sua principal obra: A Educação do homem, onde prega uma metodologia que procura suscitar as energias que está em todo o ser humano, uma formação integral que aproveita as capacidades naturais valendo-se da espontaneidade e sem qualquer coação. Nesta obra Froebel explicita o fator preponderante que o jogo tem no seu sistema educativo:
 
O jogo constitui o mais alto grau de desenvolvimento da criança durante a infância, porque é a manifestação espontânea do interior, imediatamente provocada por uma necessidade também interior.
 
O jogo é o produto mais puro e espiritual desta fase do crescimento humano. É ao mesmo tempo modelo e reprodução da vida, da íntima e misteriosa natureza do homem e de todas as coisas. Por isso leva à alegria, liberdade, satisfação, paz e harmonia com o mundo. Do jogo emanam fontes de todo o bem A criança joga tranqüilamente, com atividade espontânea, resistindo à fadiga, seguramente levará à formação de um homem ativo, resistente, capaz de se sacrificar por seu próprio bem e pelo bem dos demais. Portanto, não este período de brincar, desta criança se entregando inteiramente ao jogo, a manifestação mais bonita da vida infantil?
 
Como já disse não há que considerar os jogos infantis como uma coisa frívola e sem interesse, tem também um aspecto sério e de sentido profundo.
 
Os jogos desta idade são os germes de todas a vida futura, porque ali a criança se mostra e se desenvolve por inteiro em seus vários e mais delicados aspectos, em suas mais íntimas qualidades. Toda a vida futura do homem até os seus últimos passos sobre a terra,tem a sua raiz neste período.[17]    
 
As últimas décadas do século XIX viram nascer pensadores que muito contribuíram com teorias, pesquisas e metodologias educacionais em prática na atualidade, como Rudolf Steiner, Baden Powell, Freinet, Maria Montessori, Dewey, Piaget e Vygotsky
 
Cada um com suas peculiaridades: Steiner e sua Pedagogia Waldorf que ensina através de vivências e embasando-se no desenvolvimento e nas diferentes características das crianças e jovens. Uma pedagogia holística encarada do ponto de vista físico, anímico e espiritual.[18]
 
Baden Powell propõe uma educação paralela à da escola, família e igreja, que se utiliza da natureza para a formação cidadã e acredita na identidade de idéias plantados nos jovens de todo o mundo como caminho para a ambicionada paz mundial[19]
 
Maria Montessori era médica e através da experimentação percebeu que a criança aprende melhor quando é colocada em seu mundo, onde ela tem a liberdade de escolha no que quer fazer, no fazer e na própria avaliação dos seus resultados.
 
“Nossas crianças aprenderam a movimentarem-se entre as coisas sem esbarrar nelas, a correr sem produzir ruído, tornando-se espertas e ágeis. E sentiam prazer pela própria perfeição. O que lhes interessava era descobrirem a si mesmas, as suas possibilidades, e se exercitarem numa espécie de mundo oculto como é o da vida que se desenvolve”.[20]
 
Para Vigotsky, na teoria Histórico cultural, o sujeito é interativo porque constitui conhecimento e se constitui a partir das relações intra e interpessoais. Portanto, o conhecimento é proveniente das relações interpessoais mediadas por um sistema de signos, construídos historicamente
 
Para Vygotsky o brinquedo é uma importante fonte de promoção do desenvolvimento unfanti, o que deixa claro no artigo “O papel do brinquedo no desenvolvimento infantil” de seu livro A Formação social da mente (1984).[21]
 
Mas é nos postulados de Freinet, Dewey e Piaget que se focará o estudo que este trabalho prepara.
 
Freinet nasceu na França em 1896 (ano que por estranha coincidência do destino também viu nascer Piaget e Vygostski) de família simples que se dedicava a agricultura nos Alpes Marítimos, aos vinte e quatro anos ingressou para a carreira de professor de criança, que seria próspera não propriamente pela quantidade de crianças que viria a ensinar mas, mais pelo despertar de suas inquietações sobre como ensinar e sobre o papel que a educação tem nas mudanças sociais e políticas.
 
Muito influenciado por educadores que ao longo de séculos erigiram o delicado alicerce da Escola Ativa como Comenius, Rosseau, Pestalozzi, não parou de pesquisar e buscar elementos para consolidar suas idéias em visitas a escolas consideradas de vanguarda, a frequentar Congressos e a dialogar com contemporâneos como Ferrière, Claparède e Cousinet.
 
Embora colaborador do Partido Comunista e firme defensor da escola para todas as classes sociais consegue desfraldar a idéia da escola como preparação para a vida em sociedade de forma autônoma e livre de forma isolada das ações político-partidárias.
 
Se não encontrarmos respostas adequadas a todas as questões sobre educação, continuaremos a forjar almas de escravos em nossos filhos.[22]
 
Freinet defende que agindo, criando e construindo é que se processa o aprendizado efetivo,a criança tem uma participação ativa onde a experimentação é o eixo central da elaboração do conhecimento, mas a peculiaridade de sua pedagogia é que o aluno não é a menor célula do processo, pois esta é a coletividade, assim, respeitando-se as características individuais entende-se que a aprendizagem acontece em grupos e por meio da cooperação.
 
Em sua obra Educação pelo trabalho, publicada pela primeira vez em 1946, ele enfoca a característica experimentadora da educação e a palavra trabalho é tida como exercício, vivência e, enquanto se apresentam agradáveis, podem ser entendidas como jogo, na acepção que se dará ao trabalho objeto deste projeto.
 
A obra mais difundida de Freinet - Pedagogia do Bom Senso - apresenta em forma de artigos as bases de sua teoria, valorizando as aulas fora do ambiente escolar, o trabalho coletivo e comunitário.
 
E as tuas crianças – diver-te-ia o pastor – são como as ovelhas: querem subir sempre. E só terás paz e certeza se souberes ajudá-las, por vezes prendê-las para os cimos, ou seguí-las... Desgraçados dos seres domesticados cedo demais, perderam o sentido da subida e que, como velhos no fim da corrida, preferem ao ar do largo e ao azul do céu a coleira da sujeição e a ração da denúncia.[23]
 
Existem muitas escolas formais e núcleos de ensino informal como atualmente a ACM (Associação Cristã de Moços) por exemplo, que utilizam-se da pedagogia Freinet e algumas associações que abrigam educadores de diversas partes do mundo que servem como geradoras de produções científicas da mesma linha, como a FIMEM, Federação Internacional dos Movimentos da Escola Moderna - FIMEM, reconhecida pela UNESCO, as Cooperativas de Pedagogia Freinet existentes em diversas partes do mundo.
 
As obras de John Dewey Educação e Democracia e Vida&Educação são de grande interesse por retratar uma educação com elementos básicos muito parecidos com os de Freinet, porém, concorde com uma sociedade de concepção política oposta, a sociedade americana.
 
O que caracteriza Dewey é o “learning by doing”, o aprender fazendo, que é bem parecido com a educação pelo trabalho, a não ser pela distinção da própria designação, de característica socialista para este último.
 
A comparação da essência das idéias destes pensadores será desenrolada na dissertação que este trabalho é o objetivo deste trabalho.
 
Mas é sem dúvida em Piaget que se encontram as bases de estudo para o entendimento da forma de compreensão e raciocínio da criança.
 
Para Piaget o processo de conhecimento se dá através da percepção de que o sujeito faz do seu redor, em estágios, onde cada novo estágio ocorre apenas quando há o equilíbrio que é fruto das assimilações e acomodações feitas no estágio anterior. O conhecimento se dá a partir da ação do sujeito sobre a realidade.
 
Como fruto deste trabalho as teorias modernas encontram-se orientadas segundo as seguintes afirmações:
 
v     Valorização do pensamento do aluno: Estes são vistos como pensadores com direito a emitirem suas opiniões, que poderão se transformar ao longo do percurso e, mesmo, dar novo rumo ao conteúdo a ser aprendido. A liberdade de pensamento estimula a análise, classificação e a criatividade, enfim, provoca a construção do conhecimento pelo próprio aluno.
 
v     Aprendizado cooperativo: na proposta de construção de conhecimento, a troca de experiência leva à complementação de conhecimentos de um aluno pelos outros, esta interação gera diferentes perspectivas, o que torna o fruto do trabalho certamente mais rico.
 
v     Tarefas e matérias interdisciplinares, que privilegiam os todos, pesquisados em fontes primários de dados e materiais manipuláveis.
 
v     Os professores são os mediadores entre o ambiente, o conteúdo e o aluno: na ótica dos itens apresentados acima os professores são os grandes maestros que incitam a indagação. Encorajam o diálogo entre os alunos e apresentam formas de manipulação de um conteúdo aberto e significativo.
 
E como antecessores separados dos dias de hoje por mais de duas centenas de anos apresentam identidade com estes pensamentos?
 
Rousseau apresenta a figura do preceptor como um verdadeiro intermediário entre o aluno e o conhecimento, exerce o papel estimulador de suas ações construtivas:
 
Não deis a vosso aluno nenhuma espécie de lição verbal; só da experiência ele as deve receber[24]
 
O respeito às características e ao ritmo da criança:
 
A infância tem maneiras de ver, pensar, de sentir que lhes são próprias; nada menos sensato do que querer substituí-las pelas nossas[25]
 
Pestalozzi conserva em sua metodologia muitas dessas características tidas como da educação “moderna”: o ensino pela experimentação, o incentivo ao diálogo, o ideal da educação que faça desabrochar o ser como um todo, em suas plenas potencialidades e, principalmente, colocando o aluno como o centro da ação.
 
“O círculo do saber, pelo qual o homem se torna feliz em sua condição, é pequeno. E esse círculo começa bem próximo dele, em torno do seu ser, das suas relações mais íntimas”.[26]
 
A pedagogia Frobel desenvolve esta linha no seu modelo de educação esférica onde os alunos aprendem de forma progressiva e em contato com o real, com as coisas e os objetos de aprendizagem. O aluno é levado a refletir sobre estes objetos, a tomar consciência deles.
 
É uma metodologia extremamente ética, que parte do próprio ser e se desenvolve através da apresentação de modelos, não para serem imitados, mas para servirem de inspiração às experiências que o aluno será encorajado a empreender.
 
A educação que se propões prescrever e determinar, a educação ativa e diretora, começa propriamente para o homem quando ele começa a conhecer claramente a si mesmo, quando começa a viver em uma união com deus, quando começa a estabelecer uma mútua compreensão e comum intimidade de vida entre pai e filho porque então a verdade se deriva da essência do todo e da natureza do indivíduo e pode ser sem esforço reconhecida.[27]
 
E que ponto de identidade teriam todos os outros? O da autonomia do aprendiz. De uma maneira ou de outra todos pregam a liberdade dos estudantes de buscarem conhecimentos e formularem as suas próprias idéias.
 
Mas o que a história conta a três séculos (e deve ser muito mais, pois são conceitos inerentes à lógica humana) é a incongruência de se querer formar homens e mulheres participantes, colaborativos, criativos e úteis fincando-os em uma carteira, punindo-os quando dão idéias e minando o seu senso crítico na apresentação de dados prontos e inquestionáveis.
 
O ensino estabelece como premissa a noção de que existe um mundo fixo que o estudante deve vir a conhecer. A construção do conhecimento não é altamente valorizada como a capacidade de demonstrar domínio dos conhecimentos convencionalmente aceitos. [28]
 
A coisa parece ser simples: Como poderemos ter uma sociedade livre se não ensinamos os futuros cidadãos a pensar?
 
E o que tudo isto tem a ver com o jogo e o lúdico?
 
Simplesmente porque é a maneira natural das crianças interagirem entre si, vivenciando situações, manifestarem indagações, formularem estratégias, verificarem seus acertos e erros e poderem, através deles, reformularem, sem qualquer punição, seu planejamento e as novas ações.
 
Huizinga um dos mais respeitáveis filósofos do jogo define-o em seu livro Homo Ludens da seguinte forma:
 
O jogo é uma atividade ou ocupação voluntária e, exercida dentro de determinados limites de tempo e de espaço, segundo regras livremente concedidas, mas absolutamente obrigatórias, dotadas de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e de alegria e de uma consciência de ser diferente da vida cotidiana.[29]
 
Estes três elementos que caracterizam o jogo se orientados de maneira planejada poderão ser ferramenta de grande utilidade para provocar vivências e experiências que aparecem como cerne nas metodologias citadas tanto como Rousseau quanto Pestalozzi.
 
A autonomia pregada por Rousseau e seguida por Pestallozzi é situação natural quando falamos da criança no jogo. Ele, e seus parceiros estão lá espontaneamente, exercendo o seu poder de escolha quanto ao destino que dará ao seu tempo. O desenrolar da brincadeira seguirá regras que ele consente ou que foram negociadas livremente entre os seus pares. E sua participação estará condicionada às suas habilidades, astúcia e o planejamento em usá-las, em total liberdade, sem influências. As lições que ele retira do resultado, o fará tirar conclusões e reposicionamentos provavelmente de forma solitária, e mesmo que em conjunto com o seu grupo, com total independência. Haverá situação que coloca a criança em autonomia maior?
 
O jogo não é um comportamento específico, mas uma situação na qual esse comportamento adquire uma significação específica. Vê-se em que o jogo supõe comunicação e interpretação. Para que essa situação particular se crie, há uma decisão por parte dos jogadores: decisão de entrar no jogo, mas também de organiza-lo de acordo com modalidades particulares. Sem livre escolha, isto é, possibilidade de decidir, não há mais jogo, e sim sucessão de comportamentos que têm sua origem fora do jogador. Se um jogador de xadrez não é livre não é livre para decidir sua próxima jogada, não é mais ele que joga.[30]
 
Uma visão concorde com o que foi explanado é extraída da autora brasileira Tizuko Kishimoto que não pode deixar de fazer parte neste estudo.
 
O poder do jogo, de criar situações imaginárias permite à criança ir além do real, o que colabora para o seu desenvolvimento. No jogo a criança não é mais do que é na realidade, permitindo-lhe o aproveitamento de todo o seu potencial. Nele a criança toma iniciativa, planeja, executa, avalia, Enfim, ela aprende a tomar decisões, a introjetar o seu contexto social na temática do faz de conta. Ela aprende e se desenvolve. O poder simbólico do jogo do faz-de-conta abre um espaço para a apreensão de significados de seu contexto e oferece alternativas para novas conquistas no seu mundo imaginário ·[31]
 
A ação e experimentação de Maria Montessori e a ação da “Educação pelo Trabalho” de Freinet estão de acordo com uma metodologia que utiliza o jogo como mecânica para aprender. Situações que privilegiam a iniciativa, a criatividade e a cooperação.
 
Encontramos ralações também no tocante à busca do desenvolvimento do ser como um todo, ultrapassando uma visão meramente conteudista. O jogo quando aplicado com objetivos educacionais opera muito mais do que no desenvolvimento físico, como pode parecer a primeira vista, pois pode desenvolver a inteligência, os sentidos, habilidades artísticas e estéticas, afetividade, vivência de regras éticas e o relacionamento social, o que pode ser muito bem usado na aplicação da teoria das inteligências múltiplas de Howard Gardner.
 
Algumas citações específicas sobre o jogo são especialmente importantes, uma vez que vindas de Piaget que foi o primeiro a estudar cientificamente os jogos como agentes de suprimento de necessidades e funções vitais ao desenvolvimento da criança:
 
Em A formação do símbolo na criança o jogo já aparece como uma atividade que vai além de um ato descompromissado e inútil:
 
A assimilação do real para o eu é para a criança uma condição vital de continuidade e de desenvolvimento, precisamente por causa do desequilíbrio do seu pensamento. Ora, o jogo simbólico preenche esta condição dos dois pontos de vista ao mesmo tempo, das significações (do significado) e do significante. Do ponto de vista do significado, o jogo permite ao sujeito reviver experi6encias vividas e tende mais à satisfação do eu do que à submissão ao real. Do ponto de vista do significante, o simbolismo oferece à criança a linguagem pessoal viça e dinâmica, indispensável para exprimir sua subjetividade intraduzível somente na linguagem coletiva.[32]
 
Escrito posteriormente O Juízo Moral da Criança estuda comdetalhes a forma com que as regras são aceitas e manuseados. Usando como base o jogo de bolinhas, um ambiente espontâneo e livre de interferências adultas, fica claro como as relações sociais do grupo infantil e juvenil se entrelaçam:
 
Os jogos infantis constituem admiráveis instituições sociais. O jogo de bolinhas, entre os meninos, comporta, por exemplo, um sistema muito complexo de regras, isto é, todo um código e toda uma jurisprudência. [33]
 
Tudo isso talvez seja um pouco forte a propósito do simples jogo de bolinhas. Mas a história do jogo de bolinhas vale tanto, aos olhos da criança, quando a história das religiões e das formas de governo. Além do mais é uma admirável história de espontaneidade. Portanto, não seria inútil esclarecer o juízo do valor moral, na criança, por um estudo preliminar da conduta social da criança entre si.[34]
 
É de se destacar também Constance Kamii, seguidora de Piaget que concentrou seus estudos principalmente nos jogos voltados às questões da natureza do número.
 
Vemos no jogo a possibilidade de solidariedade, da participação grupal, cooperação, atuação individual, de percepção de si e do outro e, ao mesmo tempo, a importância de cada um para a realização do jogo”[35]
 
 
Bibliografia
 
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[1] Hillcourt, W., Baden Poweel the two lives of a hero, p.255
[2] Nagy, L., 250 milhões de escoteiros, p. 55
[3] Incontri, D., Pestalozzi – Educação e ética, p.22
[4] Baden-Powell, R.S., Guia

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