terça-feira, 16 de junho de 2015

Remo

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International Rowing Federation
Fundado em 1892; 112 Filiados
Desporto Olímpico desde 1896
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HISTÓRIA

Desporto praticado em barcos, o remo tem origens pouco precisas. Há relatos de Virgílio, na Eneida, que descrevem uma regata de remos ou as supostas corridas entre os barqueiros do Nilo, no Egipto, que teriam competido para ganhar a honra de participar na procissão funerária do faraó. Alguns historiadores consideram que as primeiras competições entre barcos a remo começaram em Veneza, na Itália, em 1315, entre os gondoleiros.
Mais adiante, por volta de 1.700, os rios da Inglaterra ofereciam uma alternativa de locomoção, além do cavalo e as carroças. Naquela época, o meio de transporte fluvial era o preferido, já que as estradas ficavam intransitáveis constantemente por causa do mau tempo.
No início do século 18, quando a Grã-Bretanha contava com uma população de 6 milhões de habitantes, não menos de 400 mil barqueiros ganhavam a vida transportando mercadorias e pessoas no Tamisa, entre Windsor e Gravesend. Naturalmente, isso foi criando um clima de competição no rio. Os percursos rápidos tinham uma remuneração maior e, ocasionalmente, começaram a ser disputadas competições, com prémios especiais entre os barqueiros profissionais e os jovens da região.
Os primeiros clubes de remo foram fundados por jovens desportistas amadores que utilizavam o mesmo tipo de embarcação que os barqueiros. Muitas vezes, o clube era baptizado com o nome da embarcação utilizada pela equipe. Uma das mais prestigiosas agremiações daquela época era o Leander Club, que ainda hoje está em actividade.
A regata mais antiga de que se tem notícia foi realizada em 1716, na cidade de Londres, quando um famoso actor da época, Thomas Dogget, teve a ideia de criar uma regata que consagrava, a cada ano, o melhor barqueiro da cidade. A prova
ainda é disputada e se chama Dogget's Coat and Badge.
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Em 10 de julho de 1829, em Henley-on-Thames, se disputou a primeira prova da tradicional regata entre as Universidades de Oxford e Cambridge. Na época, mais de 20 mil espectadores viram o desafio desde as margens do Tamisa. O desporto britânico foi seguido nos Estados Unidos, onde as Universidades de Yale e Harvard se enfrentaram em 1852, em New Hampshire, sobre o lago Winnipesaukee.
A fundação de clubes, associações e sociedades interessadas na prática do remo provocaram a criação de federações nacionais e, depois, da FISA (Federação Internacional de Remo), fundada em 1892, que unificaria as regras do desporto internacionalmente.
Em Olimpíadas, o remo estava incluso no programa oficial da primeira edição, em Atenas-1896, mas uma forte ressaca, com ondas gigantescas, obrigou a anulação das provas. Assim, o desporto só fez sua estreia nos Jogos de Paris-1900. Naquele ano, a França dominou a competição vencendo seis das 14 medalhas em disputa.
Na edição seguinte, em Saint Louis-1904, os Estados Unidos foram ainda melhores que os franceses quatro anos antes, ficando com 13 das 14 medalhas em jogo. Em 1932, nos Jogos de Los Angeles, os sul-americanos conseguiram conquistar a primeira medalha no desporto, um bronze do uruguaio Guillermo Douglas. A partir daí, norte-americanos e britânicos revezaram-se entre os vencedores na história, com pequena vantagem para os atletas dos Estados Unidos.
Em 1976, nos Jogos de Montreal, o remo foi disputado pela primeira vez por mulheres, e os países europeus dominaram as competições. Na edição seguinte, em Moscou-1980, os Estados Unidos, que boicotaram os Jogos, ficaram sem medalhas pela primeira vez na história.Desde então, o desporto passou a contar com o domínio de novas potências no desporto, como Alemanha, Roménia, Canadá e Austrália. Entre os destaques individuais do desporto na história olímpica, brilharam os britânicos Steven Redgrave, único remador com cinco medalhas de ouro consecutivas, e Jack Beresford Wisnieswski Jr., também vencedor de cinco ouros, mas em Olimpíadas alternadas. Já entre as mulheres, quem se sobressaiu nas últimas edições dos Jogos Olímpicos foi a romena Rodica Arba, medalha de ouro em 1984 e 1988.

REGRAS

Este desporto é praticado em barcos nos quais os atletas utilizam remos para a impulsão, em raias com 2.000 m de distância (homens) e 1.000 m (mulheres). Normalmente, são nove raias, das quais apenas seis são utilizadas. Após o árbitro gritar a palavra "atenção", acende-se um sinal vermelho e, logo depois, o verde, acompanhado de um toque de campainha que sinaliza a largada.

Se acontecer uma "queimada" (quando se larga antes do aviso), é realizada uma nova largada. Se o mesmo barco queimar novamente, é desclassificado. Bóias ao longo do percurso marcam as distâncias.

O tamanho dos remos também varia de acordo com a modalidade. Nas provas de skiff, o atleta usa dois remos relativamente curtos. Já em outras provas o remo é mais longo, podendo chegar a quase 4 m de comprimento.

Dependendo do número de barcos inscritos em cada competição, são realizadas provas eliminatórias, das quais se classificam os 12 melhores barcos, que vão para as semifinais. Os eliminados nesta fase ainda têm mais uma chance na repescagem.

Provas

Homens:
Skiff Simples/ Skiff duplo/ Skiff quádruplo/ Dois sem/ Skiff duplo leve/ Quatro sem/ Quatro sem leve/ Oito com
Mulheres:
Skiff Simples/ Dois sem/ Skiff duplo/ Skiff duplo leve/ Skiff quádruplo/ Oito com

Regatas

As regatas são realizadas em linha recta, na distância de 2.000 m (para homens) e 1.000 m (para mulheres). Apenas seis barcos disputam cada prova. A largura das raias é de 13,5 m e são delimitadas por bóias coloridas. A profundidade mínima da raia em Olimpíadas é de 3,5 m.

Barcos

Skiff simples
Para homens e mulheres, em barcos de 8,20 m de comprimento e 14 kg, em que uma única pessoa maneja dois remos curtos.
Skiff duplo
Para homens e mulheres. O barco, de 10,40 m de comprimento e 27 kg, leva duas pessoas, com dois remos curtos cada uma.
Skiff quádruplo
Quatro pessoas, homens ou mulheres, com dois remos curtos cada uma, impulsionam uma embarcação de 13,40 m de comprimento e 52 kg.
Dois sem
Para homens e mulheres. Os barcos medem 10,4 m de comprimento, pesam 27 kg e levam duas pessoas com um remo longo cada uma.
Skiff duplo leve
Como no skiff duplo, mas com limite de peso. Homens não podem ter mais do que 72,5 kg e mulheres não podem ultrapassar 59 kg.
Quatro sem
Para quatro remadores, todos homens, com um remo longo cada um, em barcos de 13,4 m de comprimento e 51 kg.
Quatro sem leve
Como no quatro sem, mas com limite de peso. Homens não podem ter mais do que 72,5 kg e mulheres não podem ultrapassar 59 kg.
Oito com
Oito homens ou mulheres, com um remo longo cada um, mais o timoneiro, a bordo de um barco de 19,90 m e 96 kg.

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GLOSSÁRIO

ADERNAR. Tombar, inclinar.
AGUENTA. Voz de comando para os remado­res fazerem parar o barco, mergulhando verticalmente as pás dos remos na água.
ALAVANCA. Parte do remo que fica entre o TACÃO e o PUNHO.
ALCATRAZ. Peça que se prolonga a todo o perímetro do barco abaixo da borda, ligando as extremidades superiores das CAVERNAS (cabeços).
ANTEPARAS. Madeiras que dividem as cai­xas de ar do POÇO.
ARANHA. Engenho em tubo de aço que sus­tenta a FORQUETA.
ATAQUE. Entrada da pá do remo na água.
ATRACAR. Encostar o barco à ponte de em­barque.
BALIZAS. Postes ou bóias para delimitação da PISTA e da META.
BANCADAS. Tiras de madeira, presas ao ALCATRAZ, que constituem os suportes transver­sais das CALHAS do carrinho, ou SLIDE.
BOEIRA. Buraco por onde a caixa de ar comu­nica com o exterior.
BOMBORDO. Lado esquerdo, olhando para a PROA.
BORDA. V. FALCA.
BRAÇO. Reforço que vai da BANCADA à FALCA.
CACHOLA. Parte do LEME que liga à MEIA-LUA e fica perpendicular a ela.
CADASTE. Pequena peça de madeira que une a SOBREQUILHA aos ALCATRAZES e que termina o barco na sua parte posterior, onde, por vezes, vem ligar o LEME.
CALHAS. Pequenas travessas de madeira so­bre as quais desliza o SLIDE.
CANA. Parte do remo que fica entre a GAR­GANTA e o FORRO.
CANA DO REMO. Parte achatada do TACÃO do remo que encosta à FORQUETA.
CARANGUEJA. Prisão da pá do remo na água, por falta cometida pelo remador com o barco em andamento.
CARRINHO. V. SLIDE.
CASCO. Conjunto de madeiramento que cons­titui como que o invólucro do barco e que as­senta na água.
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CAVERNAS. Arcos que prendem e dão a forma ao madeiramento do CASCO.
CHUMACEIRA. Parte da TOLETEIRA onde as­senta o remo.
CIAR. Remar para trás.
CONTRAVENTAMENTO. Travessa oblíqua ao eixo do barco, indo de um ao outro DOR­MENTE.
COSTADO. Parte lateral do CASCO. COSTURA DO TACÃO. Parte onde o couro do FORRO se liga pelas extremidades.
DAR A BORDA. Adernar.
DORMENTE. Parte onde assentam as BAN­CADAS.
DOUBLE-SCULL. SHELL para dois remado­res, sem TIMONEIRO e de REMOS PARELHOS.
ESPINHA. Travessa que sustenta a TELA lon­gitudinalmente.
ESPINHA DA PÁ. Parte saliente ao longo do eixo da pá.
ESTIBORDO. Lado direito, olhando para a PROA.
FALCA. Tábua que termina o CASCO na borda e se estende a todo o comprimento do POÇO, e onde se vêm ligar as ARANHAS.
FIEL. Prego comprido que liga o LEME ao bar­co, enfiando pelos MACHOS-FÊMEAS.
FINAL. Saída do remo da água e acção que a precede imediatamente.
FORQUEIA. Aparelho metálico em forma de argola aberta, ao qual se pode imprimir um movimento de rotação sobre um eixo vertical e onde assenta o TACÃO do remo.
FORRO. Parte de couro mais delgada e extensa que o TACÃO.
GARGANTA. Parte mais delgada do remo.
GRAMPO. Pequeno cilindro (de aço) vertical que serve de eixo de rotação à FORQUETA. GUALDROPES. Cabos que partem da MEIA-LUA do LEME, vêm até ao GUARDA-PATRÂO e se destinam à manobra do leme
GUARDA-PATRAO. Tábua destinada a servir de encosto ao TIMONEIRO.
GUINADA. Desvio brusco no rumo do barco.
JUIZ-ÁRBITRO. O que fiscaliza os barcos em corrida, submetidos aos regulamentos da RE­GATA.
JUIZ DE CHEGADA. O que assinala os barcos que chegam à META.
JUIZ DE PARTIDA. O que dá o sinal e vozes de largada às tripulações que vão correr.
JÚRI. Grupo de indivíduos nomeados para apreciarem as provas e classificarem os competidores, resolvendo todos os assuntos referentes à REGATA.
LARGA. Voz de comando para LARGAR.
LARGADA. 1. Acto de sair do local de .partida. 2. REMADA em cadência rnais rápida, pró­pria para esse fim.
LARGAR. 1. Afastar a embarcação da ponte de embarque. 2. Acto de começar a remar. 3. Começo de REGATA (voz).
LEME. Aparelho destinado a controlar o rumo do barco.
LEVA REMOS. Voz de comando para deixar de remar, mantendo a pá do remo horizontal e à superfície da água sem pressão, e o remo perpendicular à linha longitudinal do barco.
MACHOS-FÊMEAS. Peças metálicas desti­nadas a ligarem o LEME ao CADASTE.
MÂO DE DENTRO ou INTERNA. A mão do remador que está colocada no PUNHO do remo do lado da ARANHA.
MÃO DE FORA ou EXTERNA. A mão do remador que está colocada no extremo do PU­NHO do remo.
MEIA-LUA DO GRAMPO. Peça metálica que prende o grampo.
MEIA-LUA DO LEME. Peça de madeira per­pendicular à PORTA e à CACHOLA do leme e onde se prendem os GUALDROPES, MEIA-NAU. 1. Parte média do barco. 2. Re­madores que têm lugar na parte média do barco.
META. Linha demarcada entre duas BALIZAS e perpendicular à PISTA, que assinala o fim do percurso da REGATA.
MIRÓMETRO. Aparelho especial que se co­loca no enfiamento da linha de chegada (META) para determinar com precisão o momento em que os barcos que se encontram em competição vão cortando essa linha.
PÉS DE CARNEIRO. Prumos que vão das BANCADAS à SOBREQUILHA.
PISTA. Local do percurso da REGATA.
POÇO. Lugar onde se instalam os remadores e a aparelhagem necessária.
POLÉ. Pode ser sinónimo de roldana, mas no caso presente significa prumo que sai horizontalmente de uma parede e se destina a sustentar os barcos, quando armazenados em terra.
POPA. Parte posterior do barco.
PORTA. Parte mais larga do LEME que fica mergulhada e tem influência directa no controle do rumo do barco.
PRANCHA. Pequeno cais flutuante que serve para embarque e desembarque.
PROA. 1. Parte anterior do barco. 2. Remador que fica atrás de todos os outros.
PUNHO. Parte do remo em forma de tronco de cone (quase cilíndrica e desprovida de verniz).
QUEBRA-MAR. Conjunto formado por duas tábuas em V que impedem a entrada de água para o POÇO.
RÉ. Lado da POPA.
REGATA. Competição entre dois ou mais bar­cos que têm como objectivo chegar primeiro à META.
REGEIRA. 1. Embarcação fundeada na linha de partida, com um tripulante que agarra a POPA de um barco que vai partir para mantê-lo parado até que seja dado o sinal de largada. 2. Bóia ancorada à qual se agarra o timoneiro de uma embarcação que vai partir, para mantê-la parada até ao sinal de largada.
REMA. Voz de comando para remar.
REMADA. Todo o movimento do remador de um a outro ATAQUE; ~ propriamente dita, tempo de apoio do remo na água.
REMAR. Acção de fazer andar o barco para VANTE com os remos.
REMO DE PONTA. Remo que o remador empunha com ambas as mãos (um por rema­dor).
REMO PARELHO. Remo que o remador em­punha com uma só mão (dois por remador).
RODA DE PROA. Peça de madeira que une a SOBREQUILHA aos ALCATRAZES e fecha o casco na sua parte anterior.
RUMO. Caminho, rota.
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SHELL. Termo inglês utilizado internacional­mente para designar um barco construído em tabuado liso, muito frágil, leve e comprido, fe­chado à proa e à popa por uma tela, geralmente plástica. Os remadores sentam-se atrás uns dos outros, no mesmo enfiamento, e cada remo está apoiado numa FORQUETA, montada numa ARANHA fora da borda do casco. É o barco de competição por excelência.
SKIFF. SHELL para um só remador e com RE­MOS PARELHOS.
SKIFFER. Remador de SKIFF.
SLIDE. Termo inglês que significa «deslizador» e se aplica modernamente ao banco mó­vel.
SOBREQUILHA. Peça de madeira que per­corre o fundo do barco da POPA à PROA pelo lado interno. Juntamente com as cavernas, forma como que o esqueleto do casco.
SOLA. Parte de cabedal, menos espessa que o TACÃO e junto a este, que envolve a CANA do remo.
SOTA. 1. Lado oposto à VOGA. 2. Qualquer remador que tenha o remo para esse lado. SOTA-PROA. Remador que fica à frente do PROA.
SOTA-VOGA. Remador que fica atrás do VOGA.
TACÃO. Parte de cabedal de maior espessura que envolve a CANA do remo na zona onde este se apoia na FORQUETA.
TANQUE. Pequena piscina destinada à apren­dizagem da mecânica da REMADA.
TELA. Pano impermeabilizado, em geral com verniz, que serve para fechar o casco na sua
Çarte superior.
TIMONEIRO. Homem ou mulher (mesmo em tripulações masculinas) que está encarregado de governar o LEME.
TOLETE. Prumo de aço que compõe a TOLETEIRA.
TOLETEIRA. Aparelho imóvel onde assenta o TACÃO do remo.
TOPO. Parte terminal do remo oposta à pá.
TRANCADELA. V. trancar.
TRANCAR. Fixar, durante alguns segundos, o LEME numa posição que faça um ângulo bem marcado com o eixo do barco.
VANTE. Lado da PROA.
VAU. Travessa que liga a ESPINHA ao ALCA­TRAZ.
VERDUGO. Delgada ripa em meia-cana que termina as TELAS pelo lado externo do CASCO. VINDA À FRENTE. Recuperação da posição de ataque.
VOGA. 1. Cadência de REMADA. 2. Remador que fica de costas para todos os outros e os guia; lado do barco para o qual fica o remo deste remador (em geral o lado direito do mes­mo).
VOZES DE LARGADA. Palavras regulamen­tares proferidas pelo juiz de partida e que são: «Senhores ... estão prontos ... larga.»
YOLLE. Barco de casco aberto, mais pesado que o SHELL, construído em tabuado trincado, isto é, resultante da sobreposição de cada tá­bua do casco na seguinte. Os remadores encontram-se uns atrás dos outros, não no mesmo enfiamento, mas alternadamente para a esquerda e para a direita. As FORQUETAS são apoiadas na própria borda do barco. Não é uti­lizado actualmente nas grandes competições in­ternacionais.

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